Bem-vindos ao Blog Doces Doçuras 

Trabalhei durante 33 anos em serviço burocrático... Escrevendo, lendo, assessorando. De repente, o tempo passou e o meu tempo chegou! Aposentadoria! E aí? O que fazer? Andar pelas lojas? Ler? Estudar? Viajar? Mil opções se abriam na janela de minha alma. Nada que realmente despertasse meu interesse. Horas tantas desse reinício fui ao almoço de aniversário de uma amiga. Mulheres mais ou menos da mesma idade. Um bolo confeitado em corações. Simples. Mas eu não tinha a menor idéia de como se confeitava um bolo. Fiz, durante a vida, doces muito gostosos mas bolos confeitados? Nunca foi a minha praia ...O trabalho, os filhos, o marido, os enteados, o pai, a mãe, o irmão, o sobrinho, a fazenda, as doenças - como maestros, em uma orquestra afinadíssima, sempre ocuparam por demais os meus dias. Sou gulosa! Alucinada por doces! Tanto, tanto que arranjei um diabetes! A cobertura daquele bolo era de a que mais gosto! Gordurosa e docissíma! Do mais autêntico glacê literalmente banhado em banha vegetal! Um sucesso para o colesterol e o diabetes ... Interessei-me em saber a receita ... A dona daquele acepipe era uma das amigas de minha amiga. Uma senhora bem mais entrada nos anos que eu. Boleira profissional. Desde a juventude fazia dos bolos sua profissão. Prometeu-me a receita daquela maravilha de cobertura e ... até hoje? nada! O tempo passou mais um pouco e comecei, por curiosidade, a procurar, na Internet mesmo, cursos de bolos confeitados. Descobri um em Jacarepaguá e arrisquei a chamada. Atendeu-me uma das professoras e quando soube onde era já exclamei: "Muito longe! Não vou conseguir chegar!" Eu não gosto de dirigir e até vendemos nossos carros. O Rio de Janeiro propicia uma vida, para os aposentados, onde o carro é absolutamente desnecessário. A professora, entretanto, respondeu que se eu não fosse viria me buscar tendo em vista que pessoas de várias partes do país lá chegavam com tranquilidade. Tenho uma técnica de enfermagem que me "assiste" (não sou inválida nem doente) desde as doenças de meu pai e de minha mãe. Ela tem carro. Assim arriscamos - eu e ela - mundo dos confeitos adentro. De março para cá foram já uns 5 ou 6 cursos. O primeiro, um palhaço em massa americana, livre dos "malefícios" da banha vegetal. Fui tomada de uma súbita paixão pelo manuseio da massa e a modelagem dos enfeites ... Do início até ontem apenas a vontade de aprender. De ontem para cá a vontade de assumir um novo risco: fazer bolos profissionalmente. E ... aqui estou eu! Agradecendo o apoio e a alegria das professoras e agora amigas Dani Umbigo no Fogão e Dani Glacê. Há sempre uma solução para as mentes e espíritos inquietos como eu pautada na alegria e na esperança de viver cada dia mais, mesmo que seja obrigatório um dia de cada vez. Bem vindos!